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A pré-eclâmpsia é relacionada ao aumento da pressão arterial e pela presença de proteínas na urina, que pode surgir após 20 semanas de gravidez. Já a síndrome de HELLP é um quadro de maior gravidade, caracterizado por hemólise e baixa contagem de plaquetas. Lexa anunciou a morte de sua filha Sofia, em decorrência de pré-eclâmpsia e síndrome de HELLP
Reprodução/Instagram
A cantora Lexa relatou, na segunda-feira (10), a morte da sua filha Sofia em decorrência de pré-eclâmpsia precoce agravada pela síndrome de HELLP. A artista, que estava grávida de seis meses, realizou o parto no dia 2 de fevereiro, mas a criança não resistiu e morreu três dias depois.
A pré-eclâmpsia é um problema relacionado ao aumento da pressão arterial e pela presença de proteínas na urina (proteinúria), que pode surgir após 20 semanas de gravidez.
Segundo especialistas, a complicação pode causar o desprendimento da placenta e/ou o nascimento precoce do bebê, o que aumenta as chances de a criança ter complicações de saúde após o nascimento.
A pré-eclâmpsia é uma doença grave que pode causar morte materna e fetal. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, em todo mundo, há uma taxa de 10% a 15% de mortes maternas por ano decorrente do distúrbio. No Brasil, conforme dados do Ministério da Saúde, a pré-eclâmpsia é a principal causa de morte materna. O pré-natal é fundamental na detecção de fatores de risco para início de prevenção e diagnóstico da doença.
Já a síndrome de HELLP é um quadro de maior gravidade dentro da doença da pré-eclampsia. Esta condição é caracterizada pelo desenvolvimento de hemólise (destruição dos glóbulos vermelhos), comprometimento do fígado e baixa contagem de plaquetas. Essas condições aumentam o risco da gestante ter hemorragia na hora do parto, podendo sangrar até a morte.
Veja abaixo perguntas e respostas:
O que a pré-eclâmpsia pode causar para a mãe e para a criança?
O que significa pré-eclâmpsia precoce ou tardia?
Quais são os sintomas de pré-eclâmpsia?
Qual é a prevenção e tratamento da pré-eclâmpsia?
Pré-eclâmpsia tem cura?
O que a pré-eclâmpsia pode causar para a mãe e para a criança?
Na gestante, o distúrbio pode causar problemas como: convulsões, lesão renal, acidente vascular cerebral (AVC), sangramento, hemólise, insuficiência cardíaca e edema pulmonar.
Já o bebê pode sofrer com alterações na circulação da placenta, o que dificulta o crescimento fetal e aumenta o risco de óbito.
Conforme o Manual MSD de referências médicas, os bebês de mulheres com a complicação “têm uma propensão quatro ou cinco vezes maior de apresentarem problemas logo após o nascimento, dependendo de qual o grau de prematuridade e do peso de nascimento do bebê”.
O que significa pré-eclampsia precoce ou tardia?
Pré-eclâmpsia precoce, condição sofrida por Lexa, se refere ao tempo gestacional inferior a 34 semanas em que a doença se manifesta. Por sua vez, pré-eclâmpsia tardia é quando o distúrbio se desenvolve após 34 semanas.
“Essas duas formas de manifestação da doença diferem quanto às intensidades de suas manifestações e disfunção placentária. A pré-eclãmpsia de início precoce está associada a maior comprometimento do desenvolvimento placentário e da circulação uteroplacentária. Isso explica a gravidez de risco da cantora”, ressalta a ginecologista Karina Peres.
Relato de Lexa sobre perda da filha Sofia
Reprodução/Instagram
Quais são os sintomas da pré-eclâmpsia?
Nem sempre a mulher apresenta sintomas, mas alguns sinais são comuns:
Dores de cabeça intensas
Pressão arterial elevada
Inchaço no rosto e nas mãos
Ganho de peso de um quilo ou mais em uma semana
Dificuldade em respirar
Dor na parte superior direita do abdômen
Náusea e/ou vômito
Alterações da visão
Saiba como identificar os sinais da pré-eclâmpsia
O que causa pré-eclâmpsia?
A causa exata ainda não foi descoberta, mas estudos apontam que a origem do problema pode ser uma alteração vascular durante a formação da placenta, o que resulta no aumento da pressão arterial.
No entanto, não é possível identificar qual paciente vai evoluir para uma complicação mais grave da doença (a síndrome de HELLP) ou para uma condição mais leve. Por isso, é necessário avaliar a grávida dia a dia, durante o pré-natal.
“Não tem algo que a paciente faça para não desenvolver a pré-eclâmpsia […] e, como a gente sabe, a pré-eclampsia está associada a uma predisposição genética. Mesmo quando a doença já está instaurada, não tem muitas medidas que a paciente pode fazer para não virar uma condição mais grave”, ressalta a ginecologista Karina Peres.
Além disso, exstem fatores de alto e moderado risco que podem ser considerados para o desenvolvimento do problema:
Pressão alta crônica;
Primeira gestação;
Diabetes (antes ou durante a gestação);
Obesidade;
Pré-eclâmpsia em gestações anteriores;
Gravidez depois dos 35 anos;
Gestação de gêmeos.
Uma paciente que já possua um fator de risco alto deve iniciar a prevenção a partir de 16 semanas de gestação com uso de AAS (anticoagulante) e reposição de cálcio. Mas, no caso de Lexa, essas medidas não foram suficientes para conter o avanço da doença, diante da gravidade.
“Eu tomei AAS e cálcio na gestação toda, fiz um pré natal perfeito, fiz TUDO, mas minha pré eclampsia foi muito precoce, extremamente rara e grave… o meu fígado começou a comprometer, os meus rins”, relatou Lexa em seu Instagram.
Pré-eclâmpsia tem cura?
A pré-eclâmpsia não tem cura. O único tratamento efetivo da doença é o parto, já que a condição está associada a uma alteração vascular da placenta.
No entanto, quando o quadro acontece antes das 37 semanas, ou é ainda mais precoce, é preciso dosar o risco para não comprometer a saúde da mãe e, ao mesmo tempo, garantir melhores condições de nascimento para o bebê.
No manejo dos casos de pré-eclâmpsia, deve-se controlar a hipertensão e também vigiar muito de perto sinais e sintomas de gravidade.