‘Coragem inabalável’: Bombeira que morreu seria a 1° mergulhadora mulher do batalhão de Chapecó

“Uma jovem de alma guerreira e coração compassivo, que sempre dedicou sua vida a ajudar o próximo.” Essa foi apenas uma das inúmeras homenagens prestadas a Tainá Pauli, de 28 anos. A bombeira militar, lotada no 6º BBM (Batalhão de Bombeiros Militar) de Chapecó, no Oeste catarinense, morreu na sexta-feira (28), vítima de um afogamento durante um curso de mergulho em Itajaí, no Litoral Norte.

Tainá Pauli era bombeira militar lotada no batalhão em Chapecó – Foto: Divulgação/Internet/ND

O legado de bravura e dedicação de Tainá Pauli jamais será esquecido pelos amigos, familiares e colegas de farda. Entre as inúmeras homenagens recebidas, o soldado Max Kakue Sasaki, do Corpo de Bombeiros Militar de Rio Negrinho, prestou um tributo especial à companheira de profissão por meio de uma mensagem na internet.

A bombeira militar trabalhou como enfermeira

Sasaki relembrou que, antes de se tornar bombeira militar, Tainá atuou como enfermeira, cuidando dos pacientes com carinho e dedicação. “Sua natureza introvertida escondia um carisma contagiante e uma coragem inabalável”, escreveu.

Após ingressar no Corpo de Bombeiros, Tainá encontrou sua verdadeira vocação: o mergulho de buscas e resgates. “As águas escuras e traiçoeiras testaram seus limites. O cansaço a consumia, o medo a assombrava. Mas Tainá nunca desistiu. A cada obstáculo, ela se erguia com ainda mais garra, engolindo o choro e seguindo em frente”, destacou Sasaki.

Dia do acidente

No dia 19 de março, enquanto participava do Curso de Mergulho Autônomo (CMAUT) no Rio Itajaí, Tainá sofreu um afogamento. Ela foi internada em estado grave e permaneceu por 10 dias na UTI do Hospital Marieta Konder Bornhausen.

O médico Lucas Morastoni atendeu Tainá no dia do afogamento e explica que naquele momento foi possível reverter rapidamente a parada cardiorrespiratória. “Nossa torcida estava grande pela recuperação dela”, afirmou.

Na sexta-feira (28), sua morte foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros Militar. A soldado estava prestes a se tornar a primeira mergulhadora feminina do 6º BBM, em Chapecó.


A soldado Tainá seria a primeira mergulhadora feminina do batalhão de Chapecó; no vídeo publicado pelo CBMSC, Tainá fala sobre o curso e sobre o Dia da Mulher – Vídeo: Divulgação/Internet/ND

Outros colegas de farda lembraram Tainá como uma jovem doce, corajosa e dedicada a salvar vidas. Seu compromisso com o próximo continuará mesmo após a partida, pois a família autorizou a doação de órgãos. “Uma nova chance de vida para outras pessoas”, destacou o hospital onde ela estava internada.

Homenagem no hospital

O hospital onde a bombeira estava internada também prestou uma homenagem, que foi marcada por emoção. No local, bombeiros e equipe se reuniram para se despedir de Tainá. Os bombeiros se mantiveram em continência enquanto Tainá era levada na maca.

 

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Velório de Tainá

O velório de Tainá está marcado para domingo (30), às 8h, no ginásio de esportes Verde Vale, em Antônio Carlos. A missa de corpo presente será realizada às 15h, seguida pelo sepultamento às 17h no cemitério municipal.

Segundo familiares, o velório será aberto a todos que desejarem prestar suas últimas homenagens. A chegada do corpo está prevista entre 20h e 21h deste sábado (29).

Soldado tainá pauli, bombeira militar

A soldado Tainá Pauli, de 28 anos, morreu após dez dias internada na UTI, após se afogar durante treinamento de mergulho. – Foto: Corpo de Bombeiros Militar/ND

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