Caso Thamily: família organiza ‘ato pela justiça’ após morte de estudante em Criciúma

Amigos e familiares de Thamily Venâncio Ereno, de 23 anos, morta após ser atingida pelo tiro de um policial, em Criciúma, no Sul de Santa Catarina, organizam um “ato pela justiça”. A ação está marcada para sábado (29), a partir das 14h, em frente ao DIC (Departamento de Investigação Criminal), na Avenida Santos Dumont, no bairro São Luís.

Thamily Venâncio Ereno, jovem morta com tiro de policial em Criciúma

Caso Thamily: a morte da estudante foi confirmada no último domingo (23) – Foto: Redes sociais/ND

A jovem, que era estudante de odontologia, foi atingida durante uma operação policial, no bairro São Sebastião, cujo alvo de um mandado de prisão era o companheiro da vítima. A abordagem ocorreu no dia 21 de março. A morte de Thamily foi confirmada no domingo (23).

Em entrevista à NDTV Criciúma, o pai de Thamily Venâncio Ereno, David Ereno, falou que não sabia da relação do genro com o tráfico de drogas.

“Até então, eu não sabia de envolvimento nenhum e sobre o que estão falando dele, eu também não sei se é verdade”, enfatizou. “O que a polícia tinha contra ele, era a polícia e ele, minha filha não tinha nada a ver com isso”, acrescentou o pai da vítima.

Relembre o caso Thamily

Os policias civis cumpriam um mandado de prisão, no dia 21 de março, contra um jovem, de 20 anos, companheiro da vítima, envolvido com crimes de tráfico de drogas e com organização criminosa. No momento da abordagem, o foragido estava dentro de um carro de aplicativo.

Thamily Venâncio Ereno, jovem estudante de odontologia

Thamily Venâncio Ereno foi sepultada nesta segunda-feira (24) – Foto: Redes sociais/ND

Ainda conforme a Polícia Civil, o condutor do veículo não obedeceu à ordem de parada dos agentes e acelerou, em marcha ré, na direção dos policiais. Um disparo foi realizado e atingiu a cabeça da jovem, que recebeu atendimento médico no local e, posteriormente, foi encaminhada ao hospital.

Em uma nota, o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, disse que “a grande responsabilidade pelo caso foi o condutor do veículo e de quem misturou a jovem com o mundo do crime”. Ele explicou, ainda, que o foragido, que se escondia, teria entrado sozinho no veículo.

“Com a voz de prisão, o motorista deu a ré em cima da viatura e dos policiais civis, ocorrendo legítima defesa com disparo de arma contra a agressão injusta, tendo o disparo acertado uma mulher que já estava no carro quando o foragido entrou”, ressaltou o delegado-geral.

Defesa do motorista de app diz que houve “articulação policial”

A defesa do acusado, em nota, enfatizou que ele realizava uma viagem para um casal. “Ao chegar ao destino, foram surpreendidos pelo que acreditaram ser um assalto, já que dois homens armados desceram de uma viatura descaracterizada e partiram em direção ao carro”, diz um trecho do texto.

Caso Thamily segue repercutindo em SC

Caso Thamily: jovem, de 23 anos, foi baleada durante uma operação policial – Foto: Redes sociais/ND

A defesa ainda argumentou que o motorista, após ser encaminhado até a Delegacia de Polícia para prestar depoimento, “se viu envolvido em uma articulação policial que buscava colocar sobre si a responsabilidade de uma infundada tentativa de homicídio contra os agentes policiais”.

O motorista de aplicativo, de 42 anos, está preso preventivamente. A Polícia Civil informou que o homem respondia a outro processo pelo crime de lesão corporal e de dano. O jovem, namorado de Thamily, também está detido.

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