Os economistas dizem que a política adotada por Donald Trump pode trazer prejuízo para consumidores e empresas no mundo inteiro. Tarifa 25% dos americanos vai atingir exportações brasileiras de aço e alumínio
A tarifa de 25% dos americanos também vai atingir as exportações brasileiros de aço e alumínio – e já a partir desta quarta-feira (12).
Quando um governo resolve cobrar mais pela entrada de produtos de fora, todos os envolvidos na negociação sentem o impacto. E se quem toma essa decisão é o presidente da maior economia do mundo, o reflexo pode ser global.
O aumento nas tarifas de importação era uma promessa de campanha voltada para o eleitor mais fiel de Donald Trump, como explica o professor de relações internacionais Vinícius Vieira:
“Trump quer sinalizar para a base principal dele, que são trabalhadores geralmente brancos de classe média que perderam seus postos de trabalho com a globalização. Ao impor tarifas, ele imagina que esses postos de trabalho vão voltar para os Estados Unidos. Pelo menos é o que ele deseja que esse eleitor pense no longo prazo”.
O professor de economia Renan Pieri diz que a medida pode não funcionar:
“É uma má estratégia. Por quê? Porque você já tem que ter todo um parque industrial montado com mão de obra qualificada, com capital, com infraestrutura, tudo isso já pronto para substituir a importação que você está deixando de comprar de fora. O que mais, provavelmente, deve acontecer no curto prazo é os americanos continuarem importando produtos, só que mais caros”.
“O custo de trabalho nos Estados Unidos é muito maior do que, por exemplo, no México, onde são feitas partes de automóveis que são consumidos nos Estados Unidos. Isso quer dizer que Trump, no mínimo, vai colher no curto prazo preços mais altos para um eleitor que votou nele em função da inflação”, diz Vinícius Rodrigues Vieira, professor de relações internacionais da FAAP e da FGV.
Os economistas dizem que essa política pode trazer prejuízo para consumidores e empresas no mundo inteiro. Com tarifas mais altas, vai ficar mais caro para o Canadá vender petróleo ou para o México vender carros para os americanos, por exemplo. E uma das consequências disso pode ser a queda nas vendas de produtos para os Estados Unidos, retraindo a economia dos países exportadores com a possibilidade de aumento no custo de vida e pressão sobre a inflação.
E as tarifas maiores também podem ser ruins para os americanos, já que o país não produz tudo o que consome e compra muita coisa de fora. Se a importação ficar mais cara e o valor for repassado para o varejo, os preços também sobem para o consumidor nos Estados Unidos.
“Nesse momento em que os países lutam para conseguir segurar a inflação e reduzir as taxas de juros, esse tipo de instabilidade e essas tarifas que encarecem o consumo, de certa forma, vão na direção contrária”, afirma Renan Pieri, professor de economia da FGV.
A entrada em vigor a partir desta quarta-feira (12) das tarifas de 25% para todas as importações americanas de aço e alumínio atinge diretamente o Brasil. Em 2024, os Estados Unidos foram o maior comprador do aço brasileiro e o segundo país que mais comprou alumínio.
Trump também já ameaçou taxar o etanol vendido pelo Brasil. O governo brasileiro tenta um acordo. Na semana passada, o vice-presidente e ministro do desenvolvimento, indústria, comércio e serviços, Geraldo Alckmin, teve uma reunião virtual com o secretário de comércio dos estados unidos. Os dois combinaram de ter novos encontros nos próximos dias para negociar.
O presidente Lula falou nesta terça-feira (11) sobre as tarifas americanas.
“Fale com respeito comigo que eu aprendi a respeitar as pessoas e quero ser respeitado. O Brasil não quer ser maior do que ninguém, mas no brasil não aceita ser menor. Queremos ser iguais porque sendo iguais a gente aprende a se respeitar mutuamente”, afirmou o presidente.
O conselheiro da Casa Branca para o comércio, Peter Navarro, disse nesta terça-feira (11) que o Brasil e a Índia tarifam importações dos Estados Unidos em 100%, e que isso é trapaça, é se aproveitar dos Estados Unidos.
O governo brasileiro desmente a informação: diz que em média, o Brasil taxa em 2,7% as importações dos Estados Unidos. É bem menos do que as tarifas para produtos do resto do mundo, que em média são taxados em 12,4% pelo Brasil.
Especialistas defendem o caminho da negociação.
“A gente tem os Estados Unidos como um grande parceiro comercial, que deve continuar sendo um parceiro comercial importante, e é preciso buscar alternativas. Primeiro, levando para a mesa de negociação pontos técnicos e, em segundo lugar, novos mercados para produtos brasileiros. É importante construir novas pontes, e o Brasil tem que ser mais ativo nesse processo”, diz Renan Pieri, professor de economia da FGV.
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A tarifa de 25% dos americanos também vai atingir as exportações brasileiros de aço e alumínio – e já a partir desta quarta-feira (12).
Quando um governo resolve cobrar mais pela entrada de produtos de fora, todos os envolvidos na negociação sentem o impacto. E se quem toma essa decisão é o presidente da maior economia do mundo, o reflexo pode ser global.
O aumento nas tarifas de importação era uma promessa de campanha voltada para o eleitor mais fiel de Donald Trump, como explica o professor de relações internacionais Vinícius Vieira:
“Trump quer sinalizar para a base principal dele, que são trabalhadores geralmente brancos de classe média que perderam seus postos de trabalho com a globalização. Ao impor tarifas, ele imagina que esses postos de trabalho vão voltar para os Estados Unidos. Pelo menos é o que ele deseja que esse eleitor pense no longo prazo”.
O professor de economia Renan Pieri diz que a medida pode não funcionar:
“É uma má estratégia. Por quê? Porque você já tem que ter todo um parque industrial montado com mão de obra qualificada, com capital, com infraestrutura, tudo isso já pronto para substituir a importação que você está deixando de comprar de fora. O que mais, provavelmente, deve acontecer no curto prazo é os americanos continuarem importando produtos, só que mais caros”.
“O custo de trabalho nos Estados Unidos é muito maior do que, por exemplo, no México, onde são feitas partes de automóveis que são consumidos nos Estados Unidos. Isso quer dizer que Trump, no mínimo, vai colher no curto prazo preços mais altos para um eleitor que votou nele em função da inflação”, diz Vinícius Rodrigues Vieira, professor de relações internacionais da FAAP e da FGV.
Os economistas dizem que essa política pode trazer prejuízo para consumidores e empresas no mundo inteiro. Com tarifas mais altas, vai ficar mais caro para o Canadá vender petróleo ou para o México vender carros para os americanos, por exemplo. E uma das consequências disso pode ser a queda nas vendas de produtos para os Estados Unidos, retraindo a economia dos países exportadores com a possibilidade de aumento no custo de vida e pressão sobre a inflação.
E as tarifas maiores também podem ser ruins para os americanos, já que o país não produz tudo o que consome e compra muita coisa de fora. Se a importação ficar mais cara e o valor for repassado para o varejo, os preços também sobem para o consumidor nos Estados Unidos.
“Nesse momento em que os países lutam para conseguir segurar a inflação e reduzir as taxas de juros, esse tipo de instabilidade e essas tarifas que encarecem o consumo, de certa forma, vão na direção contrária”, afirma Renan Pieri, professor de economia da FGV.
A entrada em vigor a partir desta quarta-feira (12) das tarifas de 25% para todas as importações americanas de aço e alumínio atinge diretamente o Brasil. Em 2024, os Estados Unidos foram o maior comprador do aço brasileiro e o segundo país que mais comprou alumínio.
Trump também já ameaçou taxar o etanol vendido pelo Brasil. O governo brasileiro tenta um acordo. Na semana passada, o vice-presidente e ministro do desenvolvimento, indústria, comércio e serviços, Geraldo Alckmin, teve uma reunião virtual com o secretário de comércio dos estados unidos. Os dois combinaram de ter novos encontros nos próximos dias para negociar.
O presidente Lula falou nesta terça-feira (11) sobre as tarifas americanas.
“Fale com respeito comigo que eu aprendi a respeitar as pessoas e quero ser respeitado. O Brasil não quer ser maior do que ninguém, mas no brasil não aceita ser menor. Queremos ser iguais porque sendo iguais a gente aprende a se respeitar mutuamente”, afirmou o presidente.
O conselheiro da Casa Branca para o comércio, Peter Navarro, disse nesta terça-feira (11) que o Brasil e a Índia tarifam importações dos Estados Unidos em 100%, e que isso é trapaça, é se aproveitar dos Estados Unidos.
O governo brasileiro desmente a informação: diz que em média, o Brasil taxa em 2,7% as importações dos Estados Unidos. É bem menos do que as tarifas para produtos do resto do mundo, que em média são taxados em 12,4% pelo Brasil.
Especialistas defendem o caminho da negociação.
“A gente tem os Estados Unidos como um grande parceiro comercial, que deve continuar sendo um parceiro comercial importante, e é preciso buscar alternativas. Primeiro, levando para a mesa de negociação pontos técnicos e, em segundo lugar, novos mercados para produtos brasileiros. É importante construir novas pontes, e o Brasil tem que ser mais ativo nesse processo”, diz Renan Pieri, professor de economia da FGV.
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