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Perda de memória, sintoma do Alzheimer, pode ser controlado com sono profundo – Foto: Reprodução/ND
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, resolveram investigar por que algumas pessoas com sinais da doença de Alzheimer perdem a memória rapidamente, enquanto outras mantêm uma boa memória por mais tempo, e descobriram que a resposta estava no sono profundo.
Publicada na revista BMC Medicine, a pesquisa analisou 62 idosos cognitivamente saudáveis. Primeiro, eles fizeram exames de imagem (PET scan) para medir a quantidade de uma proteína chamada β-amilóide, que está ligada ao Alzheimer.
Em seguida, monitoraram o sono dessas pessoas com sensores no cérebro (EEG) para medir a qualidade do sono profundo (fase NREM, o sono mais restaurador).
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Sintoma do Alzheimer se manifesta mais rápido em quem não dorme direito – Foto: Freepik/ND
Os resultados para o sintoma do Alzheimer
No dia seguinte, testaram a memória dos participantes com um jogo de associação entre rostos e nomes, e descobriram que aqueles que tinham muito β-amilóide no cérebro (ou seja, mais risco para Alzheimer) costumava ter mais problemas de memória.
No entanto, aqueles que dormiam melhor, com mais sono profundo, conseguiam lembrar melhor as informações, mesmo tendo essa proteína acumulada no cérebro.
Os resultados ocorreram independente do grau de educação e da atividade física, dois fatores conhecidos por contribuir para a saúde cognitiva na velhice.
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Perda de memória é um sintoma do Alzheimer – Foto: Pexels/Divulgação / ND
“Pense no sono profundo quase como um bote salva-vidas que mantém a memória flutuando, em vez de ela ser arrastada para baixo pelo peso da patologia da doença de Alzheimer”, disse o neurocientista Matthew Walker, da Universidade da Califórnia.
Walker destaca que o sono profundo pode proteger o cérebro e ajudar a manter a memória, mesmo quando há sinais precoces da doença de Alzheimer.
E o melhor: diferente de outros fatores, como anos de estudo ou profissão, o sono pode ser melhorado com hábitos saudáveis e até terapias. Ou seja, dormir bem pode ser um fator chave para proteger a mente no envelhecimento.