Em última entrevista, Gene Hackman avaliou carreira e disse que não assistia aos próprios filmes

Ator e esposa foram encontrados mortos em casa nos EUA nesta quinta (27). Em entrevista ao ‘The Post’, ele falou que não voltou a assistir ‘Operação França’, filme que o rendeu seu primeiro Oscar, desde a estreia do longa. Ator Gene Hackman, vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em março de 1993
AP Photo
O ator americano Gene Hackman, de 95 anos, e a esposa dele, Betsy Arakawa, foram encontrados mortos nesta quinta-feira (27) na casa onde moravam no estado do Novo México, nos Estados Unidos.
Em sua última entrevista, concedida ao “The Post” em 2021, o ator – então com 91 anos – avaliou sua carreira de mais de 80 filmes. Ele se aposentou em 2004 e raramente dava entrevistas.
Mas para o aniversário de 50 anos de “Operação França”, filme que o rendeu o prêmio de Melhor Ator, o artista concedeu sua primeira entrevista em uma década. Por e-mail, ele avaliou sua carreira e o papel que mudou sua vida.
“Fazer filmes sempre foi arriscado — tanto física quanto emocionalmente — mas eu escolho considerar esse filme um momento em uma carreira cheia de acertos e erros”, disse sobre ‘Operação França’. “Esse filme certamente me ajudou na minha carreira, e sou grato por isso.”
O ator acrescentou que não era fã de rever suas próprias cenas e disse que não via “Operação França” desde a estreia do filme, em 1971. O longa, de William Friedkin, também levou o Oscar de Melhor Filme.
“[Eu] não via o filme desde a primeira exibição, em uma sala escura e minúscula nas instalações de uma empresa de pós-produção há 50 anos”, disse Hackman.
“Se o filme tem um legado, não tenho certeza de qual seria. Na época, me pareceu uma história reverente de um policial que foi simplesmente capaz de resolver e pôr fim à tentativa de uma grande família criminosa de se infiltrar na cena das drogas de Nova York.”
Desde 2004, o ator vivia recluso no Novo México, após o seu último papel como Monroe Cole em “Bem-vindo a Mooseport”.