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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou, neste sábado (22), seu compromisso de tirar o Brasil do Mapa da Fome até o fim de seu mandato, em dezembro de 2026. Durante o segundo dia de comemorações pelos 45 anos do Partido dos Trabalhadores, no Rio de Janeiro, ele destacou os avanços sociais do mandato e projetou um 2025 voltado para consolidação de resultados.
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Presidente do Brasil assumiu compromisso de tirar o país do mapa da fome em 2026 – Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente ressaltou que medidas como o crescimento do PIB, a renegociação de salários acima da inflação e a retirada de 24 milhões de pessoas da faixa de insegurança alimentar são exemplos do que já foi alcançado. “Ainda faltam dois anos deste mandato. 2025 será o ano da colheita. Mas em 2026, é um compromisso de honra, vamos tirar o Brasil mais uma vez do Mapa da Fome”, declarou Lula.
A fala ocorreu durante evento no Píer Mauá, no centro do Rio, que reuniu militantes e lideranças do PT. As comemorações começaram na sexta-feira (21), com palestras, exposições e atividades culturais. A presença de Lula acontece em meio a um cenário de desafios para o governo, marcado pela alta no preço dos alimentos, queda na popularidade do presidente e pressões políticas por uma reforma ministerial.
O que é o Mapa da Fome?
O Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial (SOFI), conhecido como Mapa da Fome, é um indicador do número de pessoas que enfrentam fome e insegurança alimentar ao redor do mundo.
O Brasil havia saído do Mapa da Fome em 2014, segundo relatório elaborado por agências da ONU, mas voltou a figurar no índice entre 2019 e 2021, mantendo-se no triênio seguinte (2020-2022) devido ao aumento da pobreza e da insegurança alimentar. Segundo levantamento publicado em 2024, a insegurança alimentar atinge 2,5 milhões de brasileiros.
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Insegurança alimentar atinge 1,2% da população brasileira, segundo o Mapa da Fome da ONU – Foto: Freepik/ Reprodução/ ND
Queda na popularidade
Em relação aos levantamentos que apontam crescimento na desaprovação do governo, Lula afirmou, também na quarta, nunca ter “levado a sério” os dados. Na semana passada, a pesquisa Datafolha apontou que 41% dos eleitores reprovam o presidente, o maior número já registrado pelo levantamento considerando os três mandatos dele como presidente. O petista tem, ainda, a pior aprovação dos três governos, com 24%.
“Eu nunca levei definitivamente a sério qualquer pesquisa feita em qualquer momento. Uma pesquisa serve para estudar, saber se tem que mudar de comportamento, mudar de ação, é isso que eu faço. A única coisa que posso dizer é que tenho mandato até 2026 e quero entregar o país que prometi durante a campanha eleitoral e vou entregar esse país talvez melhor do que prometi”, rebateu.
Fala polêmica
No início do mês, Lula chegou a sugerir que as pessoas deixem de comprar os alimentos que estão caros como forma de forçar a redução dos preços dos produtos. Lula argumentou, ainda, que não é porque a massa salarial e o salário mínimo cresceram que os vendedores podem encarecer os produtos
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Segundo relatório elaborado por agências da ONU, Brasil deixou o Mapa da Fome em 2014 – Foto: Ricardo Stuckert/PR
“Uma das coisas mais importantes para que a gente possa controlar o preço é o próprio povo. Se você vai no supermercado e você desconfia que tal produto está caro, você não compra. Ora, se todo mundo tiver essa consciência e não comprar aquilo que acha que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar para vender, senão vai estragar”, declarou.
Para o presidente, deixar de comprar produtos caros faz parte da “sabedoria do ser humano”. O petista também afirmou que os brasileiros não podem ser “extorquidos”.