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Caro (a) leitor (a),
Você já passou por uma situação na qual chega em casa exausto (a), triste, apreensivo (a), a ponto de ceder a pressão e ao cansaço, àquele conjunto de acontecimentos e, ao entrar no banho, se desmancha em lágrimas debaixo do chuveiro? Se já! É nesse momento que você reseta o dia, se sente leve e literalmente de alma lavada, não é?
Oprah Winfrey, uma das mulheres mais influentes do mundo, uma voz poderosa que inspira milhões de pessoas com sua história de superação e liderança. Nascida em uma família pobre no Mississippi, superou uma infância difícil para revolucionar a televisão com “The Oprah Winfrey Show” (1986-2011), abordando temas como saúde mental, espiritualidade e empoderamento pessoal. Entre tantos projetos, ela também tem um podcast chamado “Super Soul”, no qual entrevista líderes espirituais, escritores, especialistas em bem-estar e personalidades influentes. Recomendo ouvi-lo!
Em um dos episódios que tive o privilégio de acompanhar, Oprah conversou com Elizabeth Gilbert, autora do best-seller “Comer, Rezar, Amar”. O livro, dividido em três partes, descreve a jornada da autora pela Itália (comer), Índia (rezar) e Indonésia (amar). E uma das passagens mais emblemáticas é quando Gilbert, em um momento de desespero absoluto, se ajoelha no chão do banheiro e, ali, encontra Deus. Mas não um Deus distante ou inatingível. Um Deus próximo, íntimo, que se revela no momento de maior vulnerabilidade.
![Nos azulejos do banheiro...](https://static.ndmais.com.br/2025/02/istock-1414200737-800x533.jpg)
Se um dia você sentir que precisa de um momento para desabar, lembrar-se de quem realmente é e reencontrar sua fé. Foto: Getty Images/ND
A ideia de que “Deus mora nos azulejos dos banheiros” é uma metáfora poderosa. A espiritualidade muitas vezes se manifesta não nos momentos gloriosos, mas naqueles em que nos permitimos desabar. Quando não há mais máscaras, nem resistência, encontramos a verdadeira conexão com algo maior. Deus, nessa visão, não está apenas nos templos ou nos grandes acontecimentos, mas na simplicidade dos momentos mais humanos — inclusive no chão frio de um banheiro, onde a alma se desnuda e finalmente escuta o que precisa ouvir.
Lembrei-me de um período delicado da minha vida, quando meu filho era pequeno. Foram alguns anos seguidos de procedimentos cirúrgicos. Nada tão grave, felizmente, mas sempre preocupante. Eu assisti a quase todas as cirurgias.
O pós-operatório sempre vinha acompanhado de noites em claro, recuperações lentas e um coração de mãe constantemente apertado. E foram nesses momentos que a “mãe forte” desabava. Sozinha, no banheiro, me permiti me entregar aos medos e as incertezas nas mãos desse Deus que também habita nos azulejos.
O banheiro, um espaço comum, se torna um refúgio, um lugar onde desabamos, nos recompomos e encontramos forças para continuar. E isso não acontece apenas em casa, mas também no trabalho, em meio à rotina acelerada, quando precisamos de um instante para respirar fundo, recalcular a rota e seguir em frente.
A verdade é que todos nós, em algum momento, precisamos desse canto seguro onde podemos ser apenas humanos — vulneráveis, intensos e, acima de tudo, reais.
Se um dia você sentir que precisa de um momento para desabar, lembrar-se de quem realmente é e reencontrar sua fé, saiba que não está sozinho: “Deus TAMBÉM mora nos azulejos dos banheiros.”