Os trabalhadores da Prefeitura de Florianópolis decretaram estado de greve em assembleia realizada nesta quarta-feira (12), na Praça Tancredo Neves, no Centro da capital. A decisão foi tomada no mesmo dia em que o projeto de reforma da previdência dos servidores foi enviado à Câmara de Vereadores.
Servidores de Florianópolis em estado de greve após projeto de reforma da previdência ser protocolado na Câmara – Foto: Gilberto Alves/NDTV
Segundo o Sintrasem (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis), a reforma da previdência é “parte do plano de destruição das nossas aposentadorias”. O tempo de duração da greve é indeterminado.
O sindicato ainda alega que o projeto aumenta o tempo de serviço e de contribuição, destrói a aposentadoria especial e impõe taxas a servidores aposentados.
“A greve é uma resposta firme ao prefeito que iniciou seu segundo mandato mostrando que investir no serviço público não será sua prioridade”, afirma a entidade em publicação nas redes sociais.
Sindicato alega que projeto de reforma é parte da “destruição das aposentadorias” – Foto: Divulgação/Sintrasem/ND
Segundo o presidente do Ipref (Instituto de Previdência de Florianópolis), Luís Fabiano Giannini, caso a reforma seja aprovada, os servidores trabalharão, em média, dois anos a mais. A medida também aumenta o volume de contribuintes aposentados, tornando isento apenas quem recebe até dois salários mínimos.
“Temos um problema técnico-financeiro muito grave, que precisa ser corrigido. Nenhum governo gostaria de fazer a reforma, porque é uma pauta muito sensível. Contudo, caso não seja feito nenhum movimento, esse número vai se tornar insustentável e teremos problemas para pagar os benefícios”, afirmou Giannini em entrevista ao Jornal ND.
Servidores de Florianópolis em estado de greve: o que diz a prefeitura?
Topázio aponta rombo de R$ 8 bilhões no sistema previdenciário – Foto: Nicolas Horácio/ND
Em nota, a Prefeitura de Florianópolis afirma que o projeto de reforma busca garantir a aposentadoria dos servidores. O objetivo é recuperar a capacidade de manutenção do fundo previdenciário.
Segundo o prefeito Topázio Neto, o sistema previdenciário da capital está com um rombo de R$ 8 bilhões, que se acumula desde 1999. A adequação proposta pela administração municipal seria a mesma que o governo federal fez anteriormente.
“Ninguém quis mexer antes e a bola de neve foi aumentando. Se continuar, a prefeitura não vai conseguir pagar as aposentadorias em alguns anos. A discussão agora é na Câmara de Vereadores e o sindicato anuncia greve, penalizando também os serviços para a população”, declarou Topázio.
Qual a diferença entre greve e estado de greve?
Estado de greve é uma decisão tomada pelos trabalhadores, geralmente por meio de assembleia sindical, para demonstrar insatisfação com determinada situação e sinalizar a possibilidade de uma greve efetiva.
No estado de greve, os trabalhadores continuam suas atividades normais, mas podem realizar mobilizações, paralisações parciais e negociações com o empregador para tentar resolver suas demandas sem precisar suspender completamente o trabalho.
Já a greve propriamente dita ocorre quando os trabalhadores decidem interromper suas atividades laborais como forma de pressão para alcançar seus objetivos, como melhores salários ou condições de trabalho.
A greve pode ser por tempo determinado ou indeterminado e deve seguir regras legais, como aviso prévio ao empregador e, em alguns casos, manutenção de serviços essenciais.
