A Polícia Científica de Santa Catarina solucionou um mistério que durava desde 2013. O homem desapareceu em maio daquele ano e foi identificado a partir de uma ossada em analise. Uma das semelhanças analisadas foi a falta de uma parte do dedo indicador direito.
Na época, um corpo em avançado estado de decomposição foi encontrado, mas sem identificação e sem ser reclamado por familiares, acabando sepultado três meses depois como desconhecido.
O caso foi reaberto em setembro de 2024, durante a Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, promovida pelo Ministério da Justiça.
Casos antigos de cadáveres
A partir da iniciativa, a Polícia Científica de Chapecó começou a revisar casos antigos de cadáveres não identificados e encontrou registros que coincidiam com desaparecimentos da época e da região.
Em entrevista com familiares do homem, os peritos coletaram material genético de referência, informações sobre suas características físicas e odontológicas, além de detalhes sobre as circunstâncias do desaparecimento.
Ossada indicava amputação no dedo indicador direito
Ao analisar o conjunto de informações, os especialistas identificaram semelhanças entre o homem desaparecido e o corpo enterrado em 2013, o que levou à solicitação de exumação, realizada em novembro de 2024.
A ossada foi enviada para análise por especialistas do Setor de Antropologia Forense e Odontologia Legal da Polícia Civil, em Florianópolis.
Durante o exame, os peritos compararam os dados do desaparecido com as características físicas do esqueleto e encontraram uma amputação no dedo indicador direito, fraturas antigas, uma deformação no braço e tratamentos odontológicos compatíveis.
Programa Conecta conseguiu identificar
Essa análise confirmou a identidade do homem sem a necessidade de testes genéticos. Essa foi a primeira vez que o Programa Conecta conseguiu identificar uma pessoa desaparecida apenas com base em características físicas e odontológicas.
A Perita Criminal Patrícia Monteiro, responsável pelo Programa, destacou a importância da participação das famílias no processo:
“Essa identificação mostra como as informações fornecidas pelos familiares, aliadas ao conhecimento das ciências forenses, são fundamentais para resolver casos que, por anos, permanecem sem respostas.”
Já a Perita-Geral Andressa Boer Fronza ressaltou que essa descoberta é um marco para o Programa Conecta e para a Polícia Científica de Santa Catarina:
“A conclusão desse caso reforça a eficácia do nosso trabalho e a importância da cooperação entre os serviços da Polícia Civil. Mais do que um avanço científico, é a resposta que a família do homem desaparecido esperava há mais de 10 anos.”