O jornalista morreu no domingo (19) aos 92 anos, por causa de complicações de um câncer no pâncreas descoberto há poucas semanas. Fãs, amigos e familiares se despedem de Léo Batista
Nesta segunda-feira (20), fãs, amigos e parentes de Léo Batista foram se despedir dele.
No início da tarde, os primeiros amigos começaram a chegar ao ginásio do Botafogo. As duas filhas, Mônica e Cláudia, já estavam lá. Isso foi por volta de 13h30, logo após o encerramento de tantas edições do Globo Esporte pelo Brasil em homenagem a ele.
A despedida do primeiro apresentador do programa não poderia ser em outro horário. O compromisso com o trabalho marcou profundamente a vida de Léo Batista. Foram 55 anos de TV Globo, 77 de jornalismo.
“E o legado principal é essa paixão pela profissão, porque ele tinha isso de maneira cotidiana e mesmo depois dos oitenta, dos noventa anos, e sempre a capacidade de não resistir ao novo, mas sim se reinventar a partir do novo. Não ter medo do que chega. E sim se adaptar a novos tempos e novas linguagens. O Léo sempre foi moderno”, afirma Renato Ribeiro, diretor de Esporte da Globo.
“Ele é mais do que uma testemunha da história, ele é um relator da história. Então, assim, um professor. Eu até hoje gravo os meus textos assim com a mão na orelha, me lembrando da dica que ele dava porque isso fica parecendo como se a gente tivesse um fone e dá um retorno que ajuda a gente a modular a voz. Então, é professor na prática mesmo, professor na retórica”, declara Tino Marcos, repórter.
Léo Batista
Reprodução/TV Globo
O velório foi aberto ao público. Quem esteve na sede do Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro, levou emoção e uma coleção de histórias sobre como aquela voz marcou tantas vidas.
“É um cara que representou pro Brasil o que tem de melhor no jornalismo esportivo”, afirma um fã.
“Era um cara simpático, atencioso e extremamente competente no que fazia, né?”, destaca outro admirador.
Fãs prestam homenagem a Léo Batista
Reprodução/TV Globo
Antes de o termo influenciador existir, Léo Batista de fato influenciou a vida de muita gente. Inspirou e ajudou.
“Mas quando eu cheguei na Globo eu fui saber é que o Léo que tinha me indicado para ir para lá. Ciro José, que era o diretor de jornalismo, tinha comentado com ele: Léo, estou precisando de um apresentador. Aí ele: apresentador? Dá uma olhada na Manchete, na Mylena Ceribelli. Dá uma olhada nessa garotinha, que ele me chamava assim, dá uma olhada nessa garotinha que você vai escolher uma mulher e não um homem”, pontua Mylena Ceribelli.
Mylena Ceribelli se tornou amiga da família e foi convidada a dizer as últimas palavras antes do adeus ao mestre.
Mylena Ceribelli foi convidada a dizer as últimas palavras antes do adeus a Leo Batista
Reprodução/TV Globo
Léo Batista morreu no domingo (19) aos 92 anos, por causa de complicações de um câncer no pâncreas descoberto há poucas semanas. O incansável Léo Batista.
“Final de novembro, início de dezembro, e ele estava sentindo que estava perdendo as forças. E aí ele falou comigo: ‘eu não sei se eu vou chegar ao fim do ano’. Ele usou esse termo: ‘eu não quero descansar’. Nunca quis (risos). Mas eu falei: ‘seu Léo, chega a hora para todo mundo, né?’. Ele nunca quis descansar”, afirma Alex Escobar, apresentador.
Alex Escobar e Leo Batista
Reprodução/TV Globo
O Botafogo proporcionou ao Léo um último ano repleto de alegrias. Torcedor confesso do clube, ele não apenas viu as conquistas do Campeonato Brasileiro e da Libertadores. Do jeito dele, narrando gols e contando histórias, Léo Batista também participou dessas conquistas.
“Ele que conheceu aqui onde nós estamos, em General Severiano, tão de perto, na época de Nilton Santos, na época de Garrincha, e agora viu o Botafogo de 2024. E trabalhou e gravou e fez. Cara, isso é sensacional. É muito representativo a gente estar aqui nesse momento”, diz Tino.
Em uma despedida com as cores e o hino do Botafogo, e os aplausos que sempre deixavam o Léo envergonhado, mas que ele adorava receber.
Fãs, amigos e familiares se despedem de Léo Batista
Reprodução/TV Globo
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