Caetano Veloso, Gilberto Gil, Ivan Lins, Itamar Assumpção, Jorge Ben Jor e Joyce Moreno estão entre os autores que citam e celebram a artista em versos de composições. ♪ “Venha até São Paulo / São Paulo tem Rita Lee”, argumentou Itamar Assumpção (1949 – 2003) nos versos convidativos de Venha até São Paulo. Lançada por Itamar em 1993, em gravação feita com a participação da própria artista paulistana citada na letra, a música é pouco conhecida, mas é exemplo de como a presença de Rita Lee Jones (31 de dezembro de 1947 – 8 de maio de 2023) na música brasileira é tão forte que o nome da roqueira já estava imortalizado no cancioneiro nacional antes mesmo de Rita morrer ontem à noite, aos 75 anos.
Algumas músicas são hits até hoje, caso de Sampa (1978), em que Caetano Veloso conceitua Rita Lee como a “mais completa tradução” da cidade de São Paulo (SP). Outras são obscuras. Até mesmo admiradores de Ivan Lins devem ignorar que o compositor homenageou Rita Lee na música A tal (1986), cuja letra escrita por Vitor Martins encadeia versos como “Sempre provocante / Quente, picante, tem sal […] / Sempre irreverente, sim / Descaradamente sensual” sem citar explicitamente o nome da Ovelha negra, mas mencionando este epíteto de Rita.
Gilberto Gil, Caetano Veloso e Gal Costa (1945 – 2022) foram mais diretos e explícitos ao darem forma à letra do rock Quando (1976), cantado por Gil no álbum do grupo Doces Bárbaros com versos como “Rita Lee, i, i / Tiu, tiu, ru, ru, ru / Com todo prazer / Quando a governanta der o bode / Pode crer que eu quero estar com você / Superstar com você”.
Compositora também fundamental como Rita, por ter sido pioneira ao escrever as próprias músicas com viés feminino, Joyce Moreno já pôs o nome da colega no título da composição Minha gata Rita Lee (1985) enquanto Jorge Ben Jor, com a sintaxe singular da obra do artista, deu voz a versos como “Rita Jeep / Sujeita você é um barato / Terrivelmente feminina / Com você eu faço um trato / Um trato de comunhão de bem” ao fazer a música Rita Jeep (1971).
E, cabe lembrar, que a primeira homenagem a Rita Lee em música é, a rigor, uma auto-homenagem, já que Rita Lee (1969) – música do segundo álbum do grupo Os Mutantes, de versos como “Rita Lee está a girar / Véu, arroz, igreja a rodar / Dia azul como é bonito amar / Suas mãos não estão vazias / Nem serão mais frias / Corpo amor pra amar / Ela já é feliz / Ela encontrou seu par” – traz a assinatura da própria Rita na parceria com os irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias.
Sim, Rita Lee foi feliz na música brasileira ao compor o próprio repertório e também ao ser celebrada em músicas de outros compositores.
Nome de Rita Lee está imortalizado em letras de músicas de grandes compositores do Brasil
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