Daniel MIHAILESCU
A Romênia foi alvo de “ciberataques” destinados a “influenciar” as eleições presidenciais, anunciou a Presidência nesta quinta-feira (28), após a surpreendente passagem de um candidato de extrema direita pró-russo para o segundo turno e a derrota do primeiro-ministro.
A Presidência também declarou, em um comunicado, que há “um crescente interesse” por parte da Rússia “em influenciar a agenda pública da sociedade romena”.
O comunicado, emitido após uma reunião do Conselho Supremo de Defesa Nacional, disse que o TikTok deu “tratamento preferencial” ao candidato da extrema direita, Calin Georgescu.
Sem nomeá-lo, a Presidência refere-se à sua “exposição maciça” na rede social e pede ação imediata, sem especificar de que tipo.
Nesta quinta, a plataforma Tik Tok desmentiu “categoricamente” as acusações das autoridades romenas.
“É categoricamente falso supor” que a conta de Calim Georgescu “tenha sido tratada de forma diferente que a de outros candidatos”, declarou um porta-voz à AFP.
Foi “submetida exatamente às mesmas regras e restrições” que todos os outros candidatos.
O Tribunal Constitucional da Romênia havia ordenado pouco antes a recontagem dos votos no primeiro turno, após outro candidato de extrema direita, Cristian Terhes, acusar um dos partidos de ter continuado sua campanha na Internet além do prazo permitido.
Isto teria permitido que Elena Lasconi, prefeita centrista de uma pequena cidade, ficasse em segundo lugar, à frente do primeiro-ministro Marcel Ciolacu, que não disputará o segundo turno.
Vizinha da Ucrânia e membro da União Europeia e da Otan, a Romênia tem resistido até agora às posições nacionalistas, diferenciando-se de países como Hungria e Eslováquia.
O segundo turno das eleições presidenciais está programado para 8 de dezembro, após as legislativas no domingo, 1º de dezembro.