‘As Tartarugas Ninja: Caos Mutante’ é o melhor filme dos heróis ao se inspirar em ‘Aranhaverso’; g1 já viu


Com estilo inovador e ritmo frenético, animação é introdução perfeita dos personagens gerações novas (e mais jovens). Produção estreia nesta quinta-feira (31) no Brasil. Os quatro adolescentes mutantes com nomes de artistas renascentistas nunca foram adaptados tão bem para os cinemas quanto em “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante”.
Tudo bem, a concorrência passada não é lá essas coisas, mas não é exagero considerar a animação, que estreia nesta quinta-feira (31) no Brasil, como a melhor obra dos heróis dos gibis nos cinemas – perfeita para apresentá-los a uma nova geração.
Com o estilo inovador e o ritmo frenético inspirados pelo sucesso de “Homem-Aranha no Aranhaverso” (2018) e sua continuação, a história simples – e um pouco instável, é verdade – conquista um público mais jovem, pouco familiar ao quarteto.
Já os visuais belíssimos, em que cada quadro renderia um pôster na parede, empolgam até os fãs da trilogia dos anos 1990.
Assista ao trailer de ‘As Tartarugas Ninja: Caos Mutante’
Poder de tartaruga
“Caos Mutante” não consegue escapar do conceito “filme de história de origem”. Mas há pelo menos novidade suficiente para justificar a reapresentação – algo que vai além da mera conquista de um novo público.
No filme, os quatro irmãos adolescentes, mutantes, tartarugas e ninjas (não necessariamente nesta ordem) crescem nos esgotos de Nova York com o compreensível desejo de conviverem com a humanidade.
Infelizmente, o também mutante e também ninja mas velho e rato Splinter, figura paterna que os criou e os iniciou na cultura dos guerreiros sombrios japoneses, prefere mantê-los afastados, com medo de que sejam temidos e “ordenhados” (em suas próprias palavras).
No entanto, como todos bons adolescentes com treinamento de ponta em artes marciais, Rafael, Michelangelo, Donatello e Leonardo se rebelam para salvar a cidade de uma gangue de criaturas que podem ter relação com seu passado.
Cena de ‘As Tartarugas Ninja: Caos Mutante’
Divulgação
Um passado para Splinter
Com diferentes versões de origens ao longo dos anos, a animação erra ao escolher uma das mais bobas. A ideia de um Splinter que tira suas habilidades de filmes e cultura pop pode simplificar as coisas para o espectador, mas também beira o ofensivo.
Por sorte, o incômodo não dura muito. Em especial graças ao desenvolvimento dos protagonistas, que nunca foram tão adolescentes. O relacionamento dos irmãos mantém o amor sincero, marca da franquia, com boas doses de picuinha fraternal.
De forma esperta, “Caos Mutante” mostra que esse lado dos heróis pode ficar evidente em sua imaturidade, e não apenas em rebeldia ou piadas juvenis.
É raro ver um equilíbrio tão bom entre respeito ao clássico e modernização quanto o do roteiro de Seth Rogen (sim, o ator de “Segurando as pontas”), Evan Goldberg (“Superbad”), Dan Hernandez e Benji Samit (dupla de “Detetive Pikachu”) e do diretor Jeff Rowe (um dos responsáveis por “A família Mitchell e a revolta das máquinas”) – por mais que a trama sofra, em alguns momentos, de uma certa lentidão.
Cena de ‘As Tartarugas Ninja: Caos Mutante’
Divulgação
O filme que merecemos
Mesmo assim, a história não passaria do mundano sem o estilo inovador e inventivo da animação – algo que Rowe já tinha usado em sua excelente estreia como diretor.
A iniciativa é possível em grande parte graças ao sucesso tremendo dos dois “Aranhaversos”, mas soaria artificial sem uma visão talentosa no comando.
Criados nos anos 1980 em um gibi muito mais sombrio e sério, os tartarugas se tornaram marcos na cultura pop com sua versão mais doce e ingênua – uma linguagem muito mais ligada a desenhos matinais.
Nas mãos de Rowe, eles finalmente encontram um filme à altura. E gerações mais jovens só têm a agradecer.

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