Livros discutem como fakes news, algoritmos e redes sociais impactaram eleições recentes. ‘Os engenheiros do caos’, de Giuliano Da Empoli, e ‘A máquina do ódio’, de Patrícia Campos Mello, citados em voto do ministro de Alexandre de Moraes
Reprodução/Amazon
Alexandre de Moraes citou, nesta sexta-feira (30), dois livros no julgamento que tornou Jair Bolsonaro inelegível por oito anos. Veja abaixo do que falam os livros:
‘Os Engenheiros do Caos’
Escrito pelo italiano Giuliano Da Empoli, “Os Engenheiros do Caos” explora como as fake news e as teorias de conspiração são usadas para espalhar o ódio e medo, além de influenciar períodos eleitorais.
Lançada em 2019, a obra cita os governos de Donald Trump, Boris Johnson, Matteo Salvini e Jair Bolsonaro e teve boas críticas por jornais internacionais, como “Le Monde” e “Financial Times”.
‘A Máquina do Ódio’
Já a “A Máquina do Ódio: Notas de uma repórter sobre fake news e violência digital” foi escrito pela jornalista brasileira Patrícia Campos Mello.
O livro mostra os bastidores de reportagens de Patrícia, como a série que denunciou o funcionamento de disparos em massa no WhatsApp e em redes de disseminação de notícias falsas no segundo turno das eleições de 2018.
Patrícia demonstra a evolução da utilização de redes sociais em eleições internacionais que cobriu, como nos Estados Unidos de 2008 a 2016 e na Índia entre 2014 e 2019.
O que disse Moraes
O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, durante julgamento que pode tornar Bolsonaro inelegível
Ton Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo
“É importante salientar que este ‘modos operandi’, essa forma de atuação não é só realizada no Brasil por extremistas, mas no mundo… esse uso indevido dos meios de comunicação, ele já foi e é estudado. Há pelo menos duas obras, uma nacional e outra italiana: ‘Os engenheiros do caos’, de Giuliano Da Empoli, e ‘Máquina do ódio’, da jornalista Patrícia Campos Mello. ‘Os engenheiros do caos’ demonstra que naturalmente ‘por trás do aparente absurdo das fake news e das teorias da conspiração oculta-se uma lógica bastante sólida. Do ponto de vista dos líderes populistas, as verdades alternativas não são simples instrumento de propaganda, contrariamente às informações verdadeiras elas constituem um formidável vetor de coesão’. De coesão daquele eleitorado daquele líder populista extremista pretende conquistar. Tudo isso está patente, está claro na reunião no Palácio da Alvorada.”
‘Os Engenheiros do Caos’ e ‘A Máquina do Ódio’: do que falam os livros citados por Moraes no julgamento de Bolsonaro
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