
Sabrina Monteiro Rodrigues da Silva Aguiar alega ter sido chamada de “preta, macaca” em praia de Bertioga (SP). Suspeita também é acusada de dizer que a vítima era “da senzala”. Ambulantes denunciam ataque racista durante trabalho em praia do litoral de SP
Duas ambulantes denunciaram ataques racistas que sofreram de outra mulher enquanto trabalhavam em uma praia de Bertioga, no litoral de São Paulo. Ao g1, Sabrina Monteiro Rodrigues da Silva Aguiar, de 28 anos, contou que foi chamada de “preta, macaca”. Um vídeo da discussão mostra quando a suspeita diz que a vítima era “da senzala” (assista acima). A Polícia Civil investiga o caso.
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O caso ocorreu na praia de Riviera. Sabrina contou que vendia roupas na praia enquanto a amiga Paola dos Santos comercializava bilhetes de loteria. Em determinado momento, segundo ela, a colega foi abordada por uma desconhecida, que também trabalhava como ambulante.
“Chegou de maneira agressiva, dizendo que ela não poderia e não iria trabalhar ali. Em um ataque violento, partiu para cima dela, destruindo sua mercadoria e, ao mesmo tempo, proferindo ofensas racistas e misóginas, chamando-a de ‘preta, puta, vagabunda’”, explicou Sabrina.
Ao ver a amiga coagida, Sabrina foi até a suspeita, mas também foi recebida aos gritos e ofensas. “Insistia que eu também não trabalharia ali, enquanto me ofendia com xingamentos racistas e criminosos, dizendo que sou preta, que vim da senzala. Foi um ataque de ódio explícito”, lamentou.
Sabrina Monteiro (à dir) e Paola dos Santos foram vítimas de ofensas racistas
Arquivo Pessoal
Denúncia
As amigas acionaram a Polícia Militar, mas a agressora fugiu do local antes da chegada dos agentes. Por isso, as vítimas foram até a delegacia e registraram um boletim de ocorrência.
“Sentimento de revolta. O racismo precisa acabar. Em pleno 2025 ver atitudes como essa, precisam ser tomadas atitudes, ações para punir essas pessoas que se acham no direito de atingir tão gravemente o outro pelo seu tom de pele”, desabafou a mulher.
A jovem também compartilhou o caso nas redes sociais. Ela contou que é ativa na internet e, inclusive, dias antes havia feito uma publicação sobre negritude. “Parece até que eu estava sendo preparada para essa situação”, lamentou.
Sabrina acrescentou que irá ‘até o fim’ para que a Justiça seja feita. “Não podemos nos calar diante de ataques como esse. Expor, denunciar e buscar justiça são passos fundamentais para que ninguém mais passe por esse tipo de violência”, finalizou.
O g1 não localizou a suspeita até a publicação desta reportagem.
SSP-SP
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que a Polícia Civil investiga o caso de injúria racial ocorrido na tarde de sábado (15) na Praia de Riviera, em Bertioga.
“A Polícia Militar chegou a ser acionada, mas a autora fugiu do local. O caso foi registrado como preconceitos de raça ou de cor e dano pela Delegacia de Bertioga que atua para esclarecer os fatos”, complementou a pasta.
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