
Suspeitos invadiram residência de casal no dia 24 de fevereiro e fugiram com joias avaliadas em R$ 100mil e carro da família. Caso é investigado como latrocínio e desde 2001 Jaborandi não tinha registros desta natureza. Maria José Moschin, morta por bandidos, e José Moschin, agredido durante assalto em Jaborandi, SP
Reprodução/EPTV
Desde o dia 24 de fevereiro, quando Maria José Moschin, de 75 anos, foi morta dentro de casa durante um assalto, a polícia de Jaborandi (SP) tenta identificar os envolvidos no crime.
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Nesta semana, a EPTV, afiliada da TV Globo, teve acesso a um vídeo que mostra quando três suspeitos descem de um carro e atravessam a avenida em direção à casa da aposentada. Segundo o investigador Rafael Foroni, os criminosos ficaram no local por, pelo menos, quatro horas.
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Ele acredita que o crime tenha sido planejado, porque Maria colecionava joias e ouro. O marido dela, José Moschin, de 88 anos, foi agredido durante o roubo e chegou a perder a consciência. Quando acordou, encontrou a mulher já sem vida. Os dois estavam juntos há 45 anos e não tinham filhos.
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Até a publicação desta reportagem, nenhum suspeito tinha sido identificado ou preso, mas a polícia já sabe qual carro foi utilizado na ação. A seguir, você vai ver como andam as investigações e o que a polícia já sabe sobre o caso, que é tratado como latrocínio, que é roubo seguido de morte.
Jaborandi tem quase sete mil habitantes e este tipo de crime não era registrado na cidade há 24 anos.
Veja abaixo o que se sabe até o momento:
Quem são as vítimas?
Como foi o assalto?
Quem são os suspeitos?
O que apontou o laudo da morte de Maria José?
O crime tem relação com algum outro crime na cidade?
Como estão as investigações?
Quem são as vítimas?
As vítimas são o casal de idosos Maria José Moschin, de 75 anos, que morreu na ação, e José Moschin, de 88 anos, que foi agredido pelas costas pelos bandidos. Ele perdeu a consciência por algumas horas e, ao acordar, foi atrás da esposa, mas a encontrou já sem vida.
Segundo a polícia, Maria José colecionava ouro e joias e algumas pessoas na cidade tinham conhecimento disso.
José Moschin, Jaborandi, SP
Reprodução/EPTV
Como foi o assalto?
José e Maria viviam em uma casa na Rua Alexandre Ávila Borges, no Centro de Jaborandi. Segundo a polícia, três criminosos invadiram o local por volta das 3h30 do dia 24 de fevereiro e só foram embora por volta das 7h45.
Eles passaram, pelo menos, quatro horas dentro da casa e o investigador acredita que o crime foi planejado. Uma das hipóteses é de que os suspeitos tenham esperado o casal acordar para não fazer barulho. Um maço de cigarro e um isqueiro foram encontrados dentro da casa e nenhum dos aposentados fumava.
“A gente trabalha com a possibilidade de eles terem chegado na residência e esperado o momento que o casal acordasse para que abrisse a porta e não gerasse um barulho, um alarde antes do momento ideal. A gente encontrou um maço de cigarro e um isqueiro próximo à cadeira e na residência ninguém fumava. A gente trabalha com a possibilidade de eles terem ficado lá na garagem esperando o momento, sabendo que era um casal de idade, às vezes, que não escutaria direito, e eles ficaram esperando o momento certo para agir”, diz Foroni.
Casa de idosos em Jaborandi, SP, foi invadida por criminosos
Reprodução/EPTV
Quem são os suspeitos?
Os suspeitos ainda não foram identificados e, por isso, ninguém foi preso. Imagens de câmeras de segurança da rua onde vivia o casal mostram o momento em que um carro se aproxima e três deles descem, atravessam a via, e invadem a casa.
Câmera de segurança flagrou três suspeitos deixando carro e atravessando rua em direção à casa de aposentados, em Jaborandi, SP
Câmera de segurança
Pelo menos um suspeito fica dentro do veículo e sai na sequência. O carro utilizado já foi identificado e a polícia investiga se o proprietário também está envolvido no crime. De acordo com o investigador, trata-se de um Vectra Sedan da cor escura.
“Ele chegou sentido Morro Agudo, podendo ter ido pra vicinal de Barretos ou sentido Morro Agudo, e também saiu por lá por volta de 6h05. Inclusive, é o mesmo sentido que foi encontrado o carro da vítima posteriormente, uma Spin prata, que a gente recuperou no dia 28 [de fevereiro]”.
O que apontou o laudo da morte de Maria José?
O laudo da morte de Maria José foi divulgado na terça-feira (11), mas apontou a causa como indeterminada. Segundo o legista responsável, a aposentada estava morta há pelo menos seis horas quando foi encontrada pelo marido.
O documento consta também características de lesões no tórax de Maria José que foram produzidas, ainda segundo o legista, antes ou depois do crime.
Além disso, o laudo diz que um agente externo teria provocado o trauma, que pode ter sido uma tentativa de asfixia por causa de lesões encontradas na pele do rosto da aposentada.
O crime tem relação com algum outro crime na cidade?
Inicialmente, a Polícia Civil de Jaborandi chegou a cogitar a relação entre o latrocínio com o furto a uma loja de semijoias que fica a 20 metros de distância da casa dos aposentados, na mesma rua.
Os casos aconteceram em um intervalo de dois dias. O furto foi na madrugada do sábado, dia 22 de fevereiro, e o latrocínio na madrugada de segunda-feira, dia 24.
Nesta semana, Rafael Foroni descartou qualquer relação entre um caso e outro. Segundo ele, os suspeitos de furtar a loja, inclusive, já foram presos.
“A gente descarta que tenha ocorrido pelas mesmas pessoas. Pela forma de agir, pelo tipo de crime, pela vontade. Às vezes, [foi] um crime mais de ocasião, eles quiseram agir de uma forma mais rápida, de sair do local mais rápido. Os indivíduos que aparecem nas filmagens estão presos e a gente, a princípio não trabalha com a possibilidade de serem os mesmos indivíduos”.
Criminosos invadiram loja de joias em Jaborandi, SP
Câmera de segurança
Como estão as investigações?
Segundo Foroni, o caso ainda é investigado como latrocínio, principalmente porque o laudo que atestou a morte de Maria José foi inconclusivo.
“A gente ainda continua tratando como latrocínio até que surja uma nova situação que a gente possa mudar essa natureza”.
As investigações seguem, neste momento, para tentar identificar todos os suspeitos e encontrar o carro que eles utilizavam. A dinâmica do crime também precisa ser esclarecida.
Ainda não se sabe, por exemplo, o momento em que Maria José foi morta e José foi agredido. Quem são os mandantes do crime também é outro ponto que precisa ser esclarecido. Os criminosos fugiram com joias avaliadas em R$ 100 mil e o carro da família, encontrado quatro dias depois, abandonado em um canavial.
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