Os terroristas da “Geração X”

Uma multidão se reuniu em 26 de fevereiro de 2025 na Praça dos Reféns de Tel Aviv para homenagear os três membros da família Bibas mortos em cativeiro em GazaAHMAD GHARABLI

Israel foi palco de dois atentados terroristas em quatro dias, realizados por métodos infelizmente conhecidos de longa data.

 No primeiro, um palestino da Cisjordânia, o qual vivia ilegalmente em Israel, atropelou 14 pessoas na cidade israelense de Karkur. No segundo, um jovem druso esfaqueou 4 pessoas na estação central de ônibus de Haifa, a terceira maior cidade do país. Dessa vez, para surpresa geral, o autor era membro da minoria drusa, um grupo étnico pacífico e completamente integrado em Israel.

 Tudo indica que o atacante, de 20 anos, sofria de distúrbios mentais. Um homem de 70 anos foi morto no local e outras quatro pessoas hospitalizadas com ferimentos importantes, um adolescente entre eles. O líder religioso druso e o prefeito da cidade de Shfaram, onde vivia o agressor, vieram rapidamente a público manifestar seu repúdio ao evento.

Milagres existem?

No último dia 20 de fevereiro, Israel passou ileso por uma tentativa frustrada de explosão de cinco ônibus de transporte público na região de Tel Aviv. Três deles explodiram simultaneamente enquanto estavam estacionados nas garagens da companhia e fora de uso. Em seguida, outras bombas foram localizadas em dois ônibus adicionais e desmontadas.

Na região de Tel Aviv, três ônibus explodiram simultaneamente; em outros dois, bombas foram neutralizadas a tempo

Muitos israelenses creditaram o fracasso do ataque a um milagre (inclusive eu!): os relógios de detonação foram erroneamente programados pelos terroristas para as 9 da noite em lugar das 9 da manhã, horário de pico no transporte público israelense.

Terroristas da Geração X

 Eu, particularmente, não consigo desvincular a tentativa da explosão dos ônibus dos milhares de terroristas palestinos que estão sendo libertados de prisões em Israel como “resgate” pelos reféns israelenses. Centenas entre estes condenados foram presos justamente por ataques realizados durante as duas Intifadas, nas quais mais de mil israelenses foram mortos em sangrentos atentados, muitos deles com bombas.

 Embora estejamos assistindo a manifestações em todo o mundo nas quais pede-se a “globalização da intifada”, poucas pessoas conhecem a história dessas ondas de ataques de palestinos contra judeus dentro de Israel. Assim, aparentemente sem saber (ou não), elas convocam o mundo para uma onda de violência sem freios.

 As duas intifadas são descritas muitas vezes como “manifestações intensas” contra a ocupação israelense de territórios destinados a um futuro Estado palestino. A primeira intifada ocorreu de 1987 a 1990 e a segunda, de 2000 a 2005. Ambas foram marcadas por embates violentos entre o exército de Israel e manifestantes palestinos que resultaram em milhares de mortos e feridos, além de brutais ataques terroristas de palestinos contra a população judaica.

O ataque terrorista a uma pizzaria em Jerusalém deixou 16 mortos e 130 feridos, em agosto de 2001Reprodução

O atentado à pizzaria Sbarro é considerado um dos piores entre eles: em 9 de agosto de 2001, um terrorista palestino suicida entrou no restaurante e detonou-se, matando 16 pessoas (incluindo 7 crianças e uma mulher grávida) e ferindo 130.  

A imprevisibilidade dos ataques, que ocorriam sempre em lugares públicos e de alta concentração de civis como ônibus, danceterias e restaurantes, levou a população de Israel a um estado de trauma e insegurança sem precedentes. O mesmo, aliás, que parece estar sendo revivido neste momento.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG

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