Hitmakers, Felipe e Rodrigo dizem ganhar mais como compositores: ‘R$ 500 mil por trimestre’

Dupla do hit ‘Gosta de Rua’ já escreveu músicas para Gusttavo Lima, Simone Mendes, Jorge & Mateus e Henrique & Juliano. ‘Como cantor é muito difícil ganhar dinheiro’, diz Felipe. Felipe e Rodrigo: ‘Como compositor, acertando, é muito fácil ganhar dinheiro’
“Arranhão”, de Henrique & Juliano; “Erro Gostoso”, de Simone Mendes; e “Molhando o volante”, de Jorge & Mateus; e “Ficha Lima”, de Gusttavo Lima. A lista de composições de Felipe & Rodrigo tem esses e outros megahits do sertanejo. São “umas 40” músicas só gravadas por Henrique & Juliano.
A dupla foi entrevistada ao vivo no g1 Ouviu, o podcast e videocast de música do g1, nesta segunda-feira (10). A conversa fica disponível em vídeo e podcast no g1, no YouTube, no TikTok e nas plataformas de áudio.
Mesmo com as carreiras de compositores consolidadas, eles se lançaram como cantores em 2021, após se conhecerem em uma roda de compositores. Hoje, eles são donos da música mais ouvida nas plataformas digitais no ano passado: “Gosta de rua”. “Como cantor é muito difícil ganhar dinheiro. Como compositor, acertando, é muito fácil ganhar dinheiro”.
Felipe e Rodrigo estimam que, com uma composição de sucesso, é possível ganhar R$ 500 mil de três em três meses. Na carreira de cantor, há muito investimento antes de começar a ganhar dinheiro. Hoje, a equipe da dupla tem 40 pessoas, por exemplo.
Felipe e Rodrigo no g1 Ouviu
Kaique Mattos/g1
Sobre o que é necessário para se tornar um bom compositor, Rodrigo deu uma dica básica. “Toma um chifre!”, disseram, brincando. Para eles, “música tem endereço”.
“Quando a gente fez ‘Ficha Limpa’, a gente sabia que era pro Gusttavo Lima. ‘Erro Gostoso’, a gente conheceu a Simone, ela estava atrás de repertório. Aí falei: ‘Grava essa música aí’. Ela gravou e deu certo”, contou Felipe.
Eles contaram que músicas como “Gosta de Rua” e “Banquinho”, com melodias fáceis e chiclete, têm apelo inclusive com o público infantil. “Viramos os ‘Anos Castelos’, a Xuxa”, disse Rodrigo, rindo.
“Tem gente que faz música pensando no viral. Essas podem, sim, se tornar gigantescas. Mas daqui a 10, 15, 20 anos, vai ser pouco lembrada”, disse Rodrigo. “Acho que hoje em dia tem muito artista de momento e pouco de carreira. Nosso sonho é daqui a um tempo, gravar um DVD e as pessoas lembrarem de uma música antiga”, completou Felipe.
Hits são importantes, mas não são tudo. Para a dupla, focar na carreira como um todo é mais importante que tentar hits virais. “Não é uma corrida de 100 metros, é uma maratona”, explicou Rodrigo. Os dois falaram sobre a ansiedade de continuar fazendo sucesso após os primeiros hits. “Começou a me dar umas crises, achei que ia morrer todo dia, comecei a tomar Rivotril”, contou Felipe.
Sobre críticas de que o sertanejo andaria estagnado, eles disseram que a mudança tem que começar nos artistas. “Não é o compositor que só faz música igual. É o artista que quer gravar só a mesma coisa”, resumiu Felipe.