A fêmea do Tubarão-azul (Prionace Glauca) pode dar à luz 135 filhotes por ninhada, mas mesmo com essa fertilidade a espécie corre o risco de desaparecer da face da Terra. O apetite por uma sopa cozida com suas nadadeiras – consideradas ingredientes de luxo na culinária asiática – é uma das principais causas para o animal ter sido incluído na lista de quase ameaçado de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN).
Multas milionárias
Cientes desse perigo, os órgão fiscalizadores aplicam multas milionárias contra grupos de pesca ilegal. Em outubro do ano passado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou um servidor do Banco Central em quase R$ 11 milhões, por pesca predatória no litoral sul. No mesmo mês, a Receita Federal apreendeu cerca de 185 quilos de barbatanas de tubarão-azul em São Luís, no Maranhão.
No mercado asiático, um prato de sopa de barbatana custa cerca de R$ 2.800. No Brasil, não existe a tradição em consumir esse tipo de sopa, mas o país é o maior importador de carne de tubarão do mundo (cerca de 20 mil toneladas por ano), vendida aqui com o nome genérico de “cação”.
Além disso, a pele do tubarãoazul é usada na fabricação de couro e a carcaça na produção de ração. O animal ainda é alvo de pesca esportiva.
Carne suspeita
A ameaça ao equilíbrio ecológico não é o único problema da pesca predatória. O consumo de carne de tubarão pode não ser bom para a saúde. Alguns especalistas afirmam que, como são predadores do topo da cadeia alimentar, os tubarões comem tudo que está no ambiente. Inclusive os contaminantes, como despejo de portos ou derrame de petróleo, que acabam se incorporando na carne desses animais.
Encontrado em praticamente todos os mares tropicais e subtropicais, o tubarão-azul pode ter até 4 metros de comprimento e viver até 20 anos. Encontrado em praticamente todos os mares tropicais e subtropicais, o tubarão-azul pode ter até 4 metros de comprimento e viver até 20 anos. Uma das espécies mais pescadas do mundo, o animal tem um comportamento predatório oportunista, com o hábito de formar grupos para se alimentar do que for possível capturar, como lulas aves-marinhas e golfinhos.
